Reflexões entre Aprendizagem e Regulação no Existir das “Redes Vivas” de Atenção às Urgências

Autores

DOI:

https://doi.org/10.52572/revchronosurg.v1i1.26

Palavras-chave:

Pensamento Complexo, Sistemas, Redes, Vida, Aprendizagem, Regulação, Urgência

Resumo

Objetivo: refletir sobre o conceito de “Redes Vivas” no Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil, de como e que relações são capazes de produzir sistemas vivos que se realimentam e autorregulam à medida que se autorrelacionam internamente e com seu exterior. Metodologia: estudo de reflexão, fundamentado na fenomenologia como base teórica filosófica, além da percepção dos autores sobre os temas abordados. Resultados: nas “Redes Vivas” devem existir padrões de inter-relações complexas e não-lineares e um processo interno de aprendizado e autorregulação permanentes que proporcionem sua evolução contínua enquanto estrutura que “caminha junto”. Considerações Finais: constatamos, como resultado inevitável, que o aumento da eficiência da prestação de serviços públicos pelo acesso efetivo e mais bem qualificado na atenção e regulação das urgências pode ocorrer pela construção de “Redes Vivas”, cujo processo de regulação seja “aprendizado-dependente”, uma atividade de contínua incorporação de novos padrões na estrutura, sem a interveniência do conceito de um “chefe” hierárquico. Implica a construção de uma rede de aprendizado coletivo que crie espaços vivos de diálogo e de gestão compartilhada. Este trabalho necessita de estudos que validem, na prática, essas reflexões.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cláudio Roberto Freire de Azevedo, Núcleo de Educação Permanente do SAMU 192 Regional Fortaleza

Mestre em Gestão de Tecnologia e Inovação em Saúde (IEP/HSL), atua principalmente nos seguintes temas: gestão pública, regulação, controle e avaliação de sistemas de saúde, da atenção à saúde e do acesso à saúde; cirurgia oncológica, urgência pré-hospitalar, filosofia oriental, psicologia transpessoal, meditação, religião e yoga. Cirurgião geral e laparoscópico e Instrutor do BLS (Basic Life Suport), atualmente é médico da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS), na coordenação do Núcleo de Educação Permanente (NEP) do SAMU 192 - Regional Fortaleza. Especialista em Processos Educacionais na Saúde (2012 e 2014), em Gestão da Atenção à Saúde (2012) e em Regulação no SUS (2014), todos pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês (IEP/HSL), foi tutor dos cursos de especialização em Regulação em Saúde (2012) e Gestão de Emergência em Saúde Pública (2014) , todos também do IEP/HSL Ex-chefe da Central de Regulação das Internações e a Equipe de Auditoria, Avaliação e Controle da SMS, prestou assessoria na criação da Equipe de Controle e Avaliação de Leitos Hospitalares e UTI na Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, em 2012, e do Sistema Municipal de Auditoria da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMAFor), em 2013.

Extraído de http://lattes.cnpq.br/1770263016352375

Juliana Araújo de Medeiros, Núcleo de Educação Permanente do SAMU 192 Regional Fortaleza

Possui graduação em Odontologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1989) com especialização em Endodontia. Ex-coordenadora pedagógica do Núcleo de Educação Permanente do SAMU 192 - Regional Fortaleza é dentista da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (CE). Tem experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Saúde Coletiva, com especialização em Processos Educacionais na Saúde (IEP/HSL, 2014), em Regulação em Saúde no SUS (IEP/HSL, 2013), em Gestão de Sistema e Serviço de Saúde (UNICAMP, 2007), em Epidemiologia e Vigilância em Saúde (UFC, 2006) e em Dinâmica de Grupo e Relações Humanas (CDGRH, 2001).

Referências

Tofani LFN, Furtado LAC, Guimarães CF, Feliciano DGCF, Silva GR da, Bragagnolo LM, et al. Caos, organização e criatividade: revisão integrativa sobre as Redes de Atenção à Saúde. Cien Saude Colet [Internet]. 2021 Oct [citado 1º de janeiro de 2022];26(10):4769–82. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-812320212610.26102020 DOI: https://doi.org/10.1590/1413-812320212610.26102020

Rodrigues LBB, Silva PC dos S, Peruhype RC, Palha PF, Popolin MP, Crispim J de A, et al. A atenção primária à saúde na coordenação das redes de atenção: uma revisão integrativa. Cien Saude Colet [Internet]. 2014 Feb [citado 14º de junho de 2021];19(2):343–52. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-81232014192.18032012 DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232014192.18032012

Oliveira RR de, Elias PEM. Conceitos de regulação em saúde no Brasil. Rev Saude Publica [Internet]. 2012 Jun [citado 1º de janeiro de 2022];46(3):571–6. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0034-89102012000300020 DOI: https://doi.org/10.1590/S0034-89102012000300020

Rispoli G, Rossius Y. Systems Theories and Evolutionary Transactions after A.A. Bogdanov. Russ J Philos Sci [Internet]. 2014 [citado 14º de junho de 2021];0(12):50–65. Disponível em: https://www.phisci.info/jour/article/view/827?locale=en_US#

Capra F. A Teia da Vida: uma Nova Compreensão Científica dos Sistemas Vivos. São Paulo: Editora Cultrix; 1996. 249 p.

Bessa AD, Santos LBL, Martinez LPNR, Costa MC, Cardoso PGS. Introdução às Redes Complexas [Internet]. Salvador; 2010 [1º de janeiro de 2022]. Disponível em: https://www.academia.edu/858124/Introdução_às_Redes_Complexas

Maturana H, Varela F. De Máquinas e Seres Vivos: Autopoiese - a Organização do Vivo. 3a Edição. Porto Alegre: Artes Médicas; 1997. 138 p.

Merhy EE, Gomes MPC, Silva E, Santos M de FL, Cruz KT da, Franco TB. Redes Vivas: multiplicidades girando as existências, sinais da rua. Implicações para a produção do cuidado e a produção do conhecimento em saúde. Divulg saúde debate [Internet]. 2014 [citado 1º de janeiro de 2022];(52):153–64. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-774076

Hadad ACA de C, Jorge A de O. Continuidade do cuidado em rede e os movimentos de redes vivas nas trajetórias do usuário-guia. Saúde em Debate [Internet]. 2018 Dec [citado 1º de janeiro de 2022];42(spe4):198–210. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0103-11042018S416 DOI: https://doi.org/10.1590/0103-11042018s416

Garnica AVM. Algumas notas sobre pesquisa qualitativa e fenomenologia. Interface - Comun Saúde, Educ [Internet]. 1997 Aug [citado 25º de dezembro de 2021];1(1):109–22. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1414-32831997000200008 DOI: https://doi.org/10.1590/S1414-32831997000200008

Mendes EV. As redes de atenção à saúde. 2a. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; 2011. 549 p.

World Health Organization (WHO). The World Health Report 2000 - Health systems: improving performance [Internet] [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2000 [citado 1º de janeiro de 2022]. 215 p. Disponível em: https://www.who.int/whr/2000/en/whr00_en.pdf?ua=1

Cecilio LC de O. Modelos tecno-assistenciais em saúde: da pirâmide ao círculo, uma possibilidade a ser explorada. Cad Saude Publica [Internet]. 1997 Sep [citado 1º de janeiro de 2022];13(3):469–78. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-311X1997000300022 DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-311X1997000300022

Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Cien Saude Colet [Internet]. 2010 Aug [citado 1º de janeiro de 2022];15(5):2297–305. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000500005 DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000500005

Vieira EJ, Martins HC, Gonçalves CA. Teoria da Complexidade: um estudo em organizações em diversas perspectivas. Rev Econ Gestão [Internet]. 2014 Oct 23 [citado 1º de janeiro de 2022];14(36):85–112. Disponível em: https://doi.org/10.5752/P.1984-6606.2014v14n36p85 DOI: https://doi.org/10.5752/P.1984-6606.2014v14n36p85

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada. Manual Instrutivo da Rede de Atenção às Urgências e Emergências no Sistema Único de Saúde (SUS) [Internet]. Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2013 [citado 1º de janeiro de 2022]. 84 p. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_instrutivo_rede_atencao_urgencias.pdf

Almeida Filho N de. Transdisciplinaridade e o paradigma pós-disciplinar na saúde. Saúde e Soc [Internet]. 2005 Dec [citado 1º de janeiro de 2022];14(3):30–50. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-12902005000300004 DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-12902005000300004

Maximino VS, Liberman F, Frutuoso MF, Mendes R. Profissionais como produtores de redes: tramas e conexões no cuidado em saúde. Saúde e Soc [Internet]. 2017 Jun [citado 1º de janeiro de 2022];26(2):435–47. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-12902017170017 DOI: https://doi.org/10.1590/s0104-12902017170017

Oliveira AL de. Redes Interorganizacionais vistas pela Teoria da Complexidade. Rev Faz Ciência [Internet]. 2009 [citado 1º de janeiro de 2022];11(14):161–80. Disponível em: http://saber.unioeste.br/index.php/fazciencia/article/view/7584

Soares MR. Matemática e Complexidade. Complexitas – Rev Filos Temática [Internet]. 2016 Jul 6 [citado 1º de janeiro de 2022];1(1):63. Disponível em: http://periodicos.ufpa.br/index.php/complexitas/article/view/3413 DOI: https://doi.org/10.18542/complexitas.v1i1.3413

Tôrres JJM. Teoria da complexidade: uma nova visão de mundo para a estratégia. Rev Integr Educ [Internet]. 2009 [citado 1º de janeiro de 2022];2(2):189–202. Disponível em: http://www.scielo.org.bo/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1997-40432009000200008

Valter R, Santiago S, Ramos R, Oliveira M, Andrade LOM, Barreto ICDHC. Data Mining and Risk Analysis Supporting Decision in Brazilian Public Health Systems. In: 2019 IEEE International Conference on E-health Networking, Application & Services (HealthCom) [Internet]. IEEE; 2019 [citado 1º de janeiro de 2022]. p. 1–6. Disponível em: https://doi.org/10.1109/HealthCom46333.2019.9009439 DOI: https://doi.org/10.1109/HealthCom46333.2019.9009439

Perez G. Adoção de inovações tecnológicas: um estudo sobre o uso de sistemas de informação na área de saúde [Internet]. [São Paulo]: Universidade de São Paulo; 2007 [citado 1º de janeiro de 2022]. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-15042007-165611/

Massoni NT. Ilya Prigogine: uma contribuição à filosofia da ciência. Rev Bras Ensino Física [Internet]. 2008 [citado 1º de janeiro de 2022];30(2):2308.1-2308.8. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-47442008000200009 DOI: https://doi.org/10.1590/S1806-11172008000200009

Gomes LB, Bolze SDA, Bueno RK, Crepaldi MA. As origens do pensamento sistêmico: das partes para o todo. Pensando Fam [Internet]. 2014 [citado 1º de janeiro de 2022];18(2):3–16. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2014000200002

Downloads

Publicado

31-01-2022

Como Citar

1.
Azevedo CRF de, Medeiros JA de. Reflexões entre Aprendizagem e Regulação no Existir das “Redes Vivas” de Atenção às Urgências. Rev. Chronos Urg. [Internet]. 31º de janeiro de 2022 [citado 23º de novembro de 2024];1(1):e1121.26. Disponível em: https://chronos.samu.fortaleza.ce.gov.br/index.php/urgencia/article/view/26

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)